Depois de longos 23 anos, Ricardo Teixeira deixa o cargo de presidente da CBF. Durante todo esse período, o mandatário acumulou histórias mal explicadas, títulos e fracassos na mesma proporção. Desde o início deste ano, Teixeira foi bombardeado por denuncias de corrupção além de perder o prestígio com Brasília, devido ao desgaste perante a mídia internacional
De 1989 para cá, a seleção brasileira venceu 2 Copas do Mundo (1994 e 2002), 3 Copas das Confederações (1997, 2005 e 2009), 5 Copas América (1989, 97, 99, 2004 e 2007) além de 3 Mundiais Sub-20 (1993, 2003 e 2011) e Mundiais Sub-17 (1997, 99, 2003).
Também teve fracassos como a 9ª colocação na Copa de 90, uma das piores na história. A eliminações patéticas diante de Honduras na Copa América de 2001 e contra Austrália na Copa das Confederações do a mesmo. Não esquecendo a eliminação na primeira fase na Copa das Confederações de 2003.
Copa América 2001: Brasil 0x2 Honduras |
A CBF teve seu nome escrito em letras garrafais em escândalos como o "Voo da muamba" em 94, A CPI da Nike que tramitou na Câmera dos Deputados e no Senado Federal. Acusações da convocações estranhas como a do zagueiro João Carlos em 99, que de reserva do Cruzeiro foi vendido ao Corinthians por uma fortuna, após um ida a seleção. Para ficar no banco corintiano.
Tetra em 1994 |
A arbitragem também teve seus "problemas" na era Teixeira. Em 97, o esquema 1-0-0 de Ivens Mendes então presidente da Conaf. Acusações de que árbitros brasileiros (feitas pelo ex-árbitro FIFA José Aparecido de Oliveira) encomendavam resultados nas eliminatórias. O mais conhecido de todos os escândalos envolvendo a arbitragem foi a famosa "Máfia do Apito" em 2005, que resultou na anulação de uma série de partidas do brasileirão daquele ano.
Ivens Mendes do 1-0-0 |
Durante esse 24 anos o Brasileirão se modificou bastante, atualmente é um campeonato estável, com o número definido de datas e participantes. Mas várias confusões ocorreram durante o período em que o ex-genro de João Havelange esteve no poder.
Em 1992, o disputa não teve rebaixamento e 12 clubes ascenderam à série A, em medida clara para beneficiar o Grêmio, que disputava a segundona.
Em 1993, uma disputa regionalizada e elitizada em que apenas os clubes de menor expressão poderiam ser rebaixadas.
Em 1996. O Fluminense é rebaixado. Depois de vários lobbys o tricolor permanece na série A. O castigo veio a galope e foi cruel. Ao final de 97 o Flu seria novamente rebaixada. Em 1998 caiu para a série C;
Em 1999, o caso "Sandro Hiroshi". O São Paulo escalou o atacante irregularmente em algumas partidas daquele nacional. O clube deveria perder pontos por isso. Porém, em medida estranha e até então inédita o tribunal resolveu repassar os três pontos do jogo São Paulo 5x1 Botafogo, para o alvinegro carioca, que brigava contra o rebaixamento.
Em 2000, depois de várias batalhas jurídicas contra o Gama, que foi prejudicado pela manobra do ano anterior que beneficiou o Botafogo é criada a Copa João Havelange. Com Bahia (então na B) e Fluminense (campeão na C) na série A. Na decisão, Vasco que deveria ser punido pelo o desastre em São Januário na 1ª partida da final, foi campeão, vencendo o São Caetano (vice campeão da A e da B no mesmo ano, é dose)
Em 2003 o brasileirão passou a ser disputados em pontos corridos, o regulamento passou a ser cumpridos e os grandes passaram a cair (em 2002, ainda com outra fórmula Botafogo e Palmeiras já tinham sido rebaixados e jogaram a segunda): Grêmio em 2004, Atlético-MG em 2005, Corinthians em 2007 e Vasco em 2008. Mesmo assim, mas denúncias. A já citada máfia do apito de 2005 e o "Madonnão" em 2008, quando Wagner Tardelli que apitaria Goiás X São Paulo na última rodada foi substituído por supostamente ter recebido ingressos par o show da cantora norte-americana.
Wagner Tardelli apitaria Goiás x São Paulo em 2008 |
Enfim, em 23 anos no poder Teixeira deixa a CBF rica - 10 patrocinadores - mas o futebol brasileiro pobre. Levantou taças, mas também colecionou fracassos na seleção ( o "projeto olímpico" o melhor ou pior exemplo deles). O Brasilerão virou campeonato com regulamento e formatos respeitados, mas ao longo dos anos, a disputa foi manchada por várias denúncias. Ricardo Teixeira deixa a CBF e o COL faltando 2 anos para copa. José Maria Marin assumiu o cargo. Ou seja, sem mudar a estrutura pouca coisa de diferente vai acontecer e Marin, nem de longe representa essa mudança.
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