Caio Costa (@caioccosta)
Andriy Schevchenko fez os dois gols da virada de sua Ucrânia
contra a Suécia na estreia da Eurocopa que seu país sedia em conjunto com a
Polônia. Só isso já merecia o devido destaque. Mas o que aconteceu hoje em Kiev
significa muito mais. Foi de certa forma, a despedida dos sonhos de um dos
maiores atacantes europeus da última década.
Schevchenko apareceu para o mundo na Champions League da
temporada 1998/99 em que o seu Dínamo de Kiev assombrou a todos com grande
futebol e eliminando favoritos como Arsenal e Real Madrid. Junto com o seu
escudeiro Serguey Rebrov, o time ucraniano só foi parado pelo Bayern de Munique
já na semifinal.
Contratado pelo Milan construiu uma história sensacional
pelo rossonero. Gols em profusão mesmo com poucos títulos. No rubro-negro de Milão foi apenas um
scudetto, em 2003/04 uma Champions League 2002/2003 e uma Copa Itália 2002/03. Foi artilheiro da série A em duas temporadas (1999/2000 e 2003/04)
No Dínamo de 1999 que assumbrou a Europa |
Mas se as taças não foram tantas o atacante virou ídolo com
gols. Muitos gols. E com seu estilo de técnica aliada a colocação na grande
área e raça, Scheva escreveu seu nome entre os grandes. Na temporada 2003/04 ao
lado de um jovem Kaká e um Rui Costa no auge formou uma equipe fantástica, que
ainda tinha Pippo Inzaghi como opção no banco.
No auge pelo Milan |
Ainda teve tempo, juntamente com o velho escudeiro de Dínamo, Rebrov, de levar a Ucrânia até as quartas-de-final da Copa de 2006.
Depois do mundial, a pedido de sua mulher se transferiu para o Chelsea.
Na Inglaterra nem longe lembrou seus melhores momentos. Eles tinham ficado na
velha bota.
Depois do fracasso inglês e de um breve retorno, sem sucesso, no Milan, Schevchenko voltou para o seu Dínamo de Kiev. Que na atualidade é praticamente um coadjuvante do “novo rico” do leste europeu, o Shakthar Donetsk. E afirmou que só continuou jogando porque seria uma sonho disputar a Euro em casa.
O sonho virou realidade. E melhor do que a encomenda.
Durante 45 minutos, Schevchenko, aos 35 anos voltou a ser aquele atacante
inspirado dos primeiros tempos de Dínamo e do reinando em Milão. Fez 2 gols de
puro oportunismo, faro de gol e de movimentação. Coisa de quem é fora de série.
A Ucrânia pode ser eliminada na primeira fase. Mas pouco
importa, o craque teve a despedida que ele sonhava e merecia.
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